Olá olá, pessoinhas da biologia!
Como estão?!
Relembramos à vcs que amanhã, terça-feira acontecerá mais uma reunião ordinária do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL, às 16:30 no ICBS, sala do CABio.
Relembramos também que toda reunião é aberta aos estudantes e a participação de vcs é de fundamental importância!
Como estamos próximo do nosso Encontro Nacional, iremos pautar nossa organização pra participar dele e discutiremos um texto básico sobre um dos temas à ser abordado.
O texto segue abaixo para quem tiver interesse,
Até amanhã!!
________________________________________________________________________________________________
Mundo do trabalho e formação profissional:
Reordenamento do trabalho e do campo educacional*
(Hajime Takeuchi Nozaki)
Apesar da tentativa de esvaziamento teórico do trabalho enquanto categoria de análise, o mundo do trabalho se mostra um tema central para a compreensão2 do engendramento das forças produtivas, no seio do modo de produção capitalista, em seu atual estágio, as quais determinam, inclusive, outros campos supra-estruturais. “Observando, portanto, o mundo do trabalho, reconhecemos a atualidade, a permanência e a persistência do movimento geral do capital e sua tendência de destruição das forças produtivas, tal como Marx o descreveu” (Taffarel, 1997a, p.864).
Neste ponto, podemos afirmar que a discussão dos anseios do capital, no que diz respeito ao modelo de formação humana para o mundo do trabalho, serve de base para a análise das atuais mudanças no campo educacional brasileiro. Como evidência da importância estratégica do campo educacional para o avanço da força produtiva capitalista, vale lembrar que presenciamos, no Brasil da década de 90, vários ajustes estruturais e políticos (reformas, privatizações), advindos da reestruturação do capital via globalização da economia3. Tais ajustes, orientados pelo Banco Mundial (BIRD) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a serviço do grande capital especulativo e financeiro, canalizam-se, entre outras instâncias, para as reformas na educação (Taffarel, 1997b, 1998; Fonseca, In: Tommasi, Warde, Haddad, 1998; Soares, ibid.; Tommasi, bid.).
Segundo as avaliações de Frigotto (In: Gentili, 1995), tal como nas décadas de 60 e 70 no Brasil, onde a Teoria do Capital Humano, proveniente do modelo de desenvolvimentismo econômico, impôs ideologicamente a centralidade da educação no processo de acumulação do capital, via aumento de produtividade, atualmente, a acumulação flexível4 recoloca a educação naquele mesmo papel, sobretudo a partir do interesse de maximização da exploração do trabalho, conseguida pelas inovações tecnológicas e pelas novas formas na sua base técnica (Bruno, In: Bruno, 1996). Em outra análise, poderíamos ressaltar que o Estado mínimo neoliberal mostra-se minúsculo quando se trata de gerir os recursos públicos para a educação; no entanto mostra-se máximo, forte e centralizado quando diz respeito à condução de suas políticas para a formação do trabalhador (Gentili, In: Silva, Gentili, 1996; Pinheiro, 1997a).
Tendo em vista a extensão da política neoliberal para o plano da educação, bem como a nova investida no que diz respeito à exploração e alienação humana, percebemos, nos dias atuais, a necessidade, por parte do capital, da formação de um novo modelo de trabalhador. O reordenamento do trabalho, causado pela introdução de novas tecnologias operacionais, altera a base técnica da produção, modifica a organização do trabalho e traz a demanda da formação de um trabalhador de novo tipo. Neste contexto, ao contrário do trabalhador do modelo taylorista/fordista (Kuenzer, 1986), executor de tarefas repetitivas e segmentadas, recorre-se à formação para a competitividade: uma formação flexível, abstrata e polivalente (Frigotto, op. cit.). A nova forma de organização do trabalho aponta para uma dinâmica mais participativa, porém ainda sob o jugo da exploração humana, como bem sintetizam as formulações de Lucília Regina de Souza Machado (In: Ferreti, et.al., 1994, p.74):
“O taylorismo e o fordismo, intrinsicamente, apontaram organizações de trabalho autoritárias. As inovações organizacionais subvertem este modelo, trazem formas mais participativas, integradas, grupais, descentralizadas, autônomas, envolventes e flexíveis, mas não significam que sejam, por isso, democráticas, ainda que constituam patamares superiores que favorecem o aperfeiçoamento do trabalho humano”.
A reorganização da base técnica do trabalho traz para a educação a incumbência de formar novas competências do trabalhador. Neste ponto, capacidades tais como abstração, facilidade de trabalho em equipe, comunicabilidade, resolução de problemas, decisão, criatividade, responsabilidade pessoal sob a produção, conhecimentos gerais e técnico- tecnológicos (língua inglesa e informática, por exemplo), entre outras, tornam-se balizadoras do processo educativo para o mundo do trabalho (Bruno, op. cit.; Frigotto, op. cit.; Manfredi, 1998).
Assim sendo, o que observamos no Brasil são políticas de ajustes estruturais com o objetivo de promover esta qualificação, passando por reordenamentos legais no âmbito escolar, como a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases (Saviani, 1998), e a elaboração de documentos que se tornam balizadores ideológicos, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (Palafox, Terra, 1997) e as Diretrizes Curriculares para o Ensino
Superior (Taffarel, op. cit.), entre outros. Em resposta a esta série de ataques, podemos observar a resistência, ou amoldamento, em alguns casos, por parte dos trabalhadores da educação, às políticas neoliberais.
*Fragmento (p. 4 - 6) da tese de doutorado “Educação Física e Reordenamento no Mundo do Trabalho: mediações da regulamentação da profissão” de Hajime Takeuchi Nozaki..
2 Aqui a categoria compreensão está relacionada indissociadamente com a idéia de ação para transformação, ou seja, na perspectiva da filosofia da práxis (Vasquez, 1977).
3 No capítulo primeiro abordaremos as implicações ideológicas da noção de globalização. Por ora, mantemos apenas como referência ao epifenômeno marcante, em nível mundial, do final do século XX.
4 Entre outros nomes, esta também é conhecida como pós-fordismo ou toyotismo.
Reunião Ordinária C.A.Bio UFAL!
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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Textos
Transgenia no Brasil: A Bayer ou o Povo?
sexta-feira, 25 de junho de 2010
ARROZ TRANSGÊNICO – Entenda o que está em jogo
Dentro de poucos dias o Brasil pode se tornar a cobaia do mundo, ao permitir o plantio e o
consumo de arroz transgênico não aprovado em nenhum país.
O pedido da empresa alemã Bayer está praticamente pronto para ser votado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. Tratase do Arroz Liberty Link LL 62, resistente ao herbicida glufosinato de amônio (processo 01200.003386/200379). Neste caso, até os produtores e a Embrapa Arroz e Feijão estão contra. Parece que só a CTNBio está do lado da Bayer. Como vai se posicionar o governo LULA?
Arroz com herbicida – riscos para a saúde
A modificação genética torna o arroz resistente ao herbicida de princípio ativo glufosinato de amônio e nome comercial Basta ou Finale (ambos da Bayer). Ou seja, não há nenhum benefício para o consumidor. Pelo contrário. Com a resistência ao agrotóxico, a pulverização se dará sobre toda a lavoura, inclusive sobre o próprio arroz, que não morrerá mas absorverá o veneno, que irá também para os grãos.
O glufosinto é considerado tóxico para mamíferos e por este motivo será proibido na União Europeia a partir de 2017 por determinação do Parlamento Europeu [1]. Pesquisadores japoneses mostraram que a substância pode dificultar o desenvolvimento e a atividade do cérebro humano, provocando convulsões em roedores e humanos [2].
A Bayer é a empresa que mais vende agrotóxicos no Brasil e sua aposta no arroz transgênico visa ampliar ainda mais esse mercado. A venda casada com o glufosinato reforça a posição do Brasil como principal destino de produtos tóxicos não mais aceitos em outros países [3].
Problemas agronômicos – a posição da Embrapa
Em audiência pública, o pesquisador Flávio Breseghello, da Embrapa Arroz e Feijão, apresentou a posição oficial “autorizada pela presidência”, frisando que a empresa não é contra os trangênico e nem contra a modificação genética do arroz, mas que neste caso o produto da Bayer “agravará os problemas já existentes”. “Não devemos usar tecnologias que terão validade de poucas safras”, disse Breseghello.
O principal entrave técnico enfrentado pelos produtores de arroz é o controle do arroz vermelho, espécie ancestral do arroz comercial, que compete com a cultura. A preocupação é a constatação de que a planta transgênica inevitavelmente cruzará com sua parente vermelha, dando origem a arroz vermelho transgênico resistente a herbicida. O arroz vermelho pode germinar após mais de anos de dormência no solo. Segundo Breseguello, “a contaminação é irreversível” [4].
Problemas econômicos – a posição dos produtores
Na mesma audiência pública, os representantes dos produtores de arroz também manifestaram sua preocupação. Receiam perder mercado interno e externo caso a variedade seja liberada.
“Considerando que não existe consumo corrente nem mercado global para o arroz transgênico, concluímos que a entidade não é favorável nesse momento à liberação”, disse Renato Caiaffo Rocha, em nome dos produtores reunidos na Farsul e na Federarroz e do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.
Contaminação inevitável
Mais de 7 mil produtores de arroz processam a Bayer nos Estados Unidos por prejuízos sofridos pela contaminação de suas colheitas pelo arroz Liberty Link. A Justiça estadunidense já determinou o pagamento de mais de 50 milhões de dólares como indenização por danos materiais. A Justiça do estado de Arkansas determinou também indenização por danos morais por entender que houve má fé por parte da empresa [5].
Entre 1999 e 2001 a empresa realizou nos Estados Unidos testes de campo com o arroz modificado, mas não chegou a propor sua liberação comercial. A contaminação só foi descoberta cinco anos após a conclusão dos experimentos, quando o mercado europeu suspendeu as importações do produto. O Japão seguiu o mesmo caminho. Na ocasião, a empresa eximiuse de qualquer responsabilidade pelo ocorrido, alegando tratarse de “circunstâncias inevitáveis, ato de Deus e negligência dos agricultores” [6].
Recentemente, um repesentante da Bayer no Brasil afirmou que o problema não está na contaminação, mas sim no fato de ela não estar prevista e regulamentada pelas leis de biossegurança. Para André Abreu, enquanto permanecer um regime de intolerância (sic) em relação à contaminação, problemas como esse continuarão acontecendo [7].
Falta transparência
Muitos questionamentos foram apresentados por pesquisadores, produtores e representantes da sociedade civil na audiência publica realizada em março de 2009, mas até hoje nenhum deles foi respondido. Não se sabe, por exemplo, o que a empresa pretende fazer para evitar a contaminação do arroz comum nem qual o nível previsto de resíduo de agrotóxico no grão. A CTNBio nega acesso aos dados apresentados pela empresa. Essa falta de transparência é prejudicial à participação da sociedade, à biossegurança e à saúde pública.
Falta isenção – a avaliação pela CTNBio
Até hoje a CTNBio aprovou todos os pedidos a ela submetidos. Nunca recusou nenhum. Suas decisões ocorrem por maioria simples, isto é, 14 de 27 votos. Cabe destacar que é grande a controvérsia técnica dentro da própria Comissão. O melhor exemplo está no fato de que até hoje todas as aprovações tiveram votos contrários fundamentados dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Anvisa e Ibama apresentaram formalmente recursos técnicos contra as liberações dos milhos LL da Bayer, MON810 da Monsanto e Bt 11 da Syngenta, mas o governo Lula delegou à CTNBio a decisão. Pior para todos nós que teremos produtos contendo esses milhos transgênicos, apesar da discordância da ANVISA e do IBAMA.
A falta de imparcialidade começa pelo próprio presidente da Comissão, que ao assumir o cargo no início deste ano já se declarou favorável à liberação do arroz transgênico [8], contra a rotulagem dos produtos [9] e a favor da exclusão do monitoramento dos impactos à saúde dos transgênicos. Antes de ser presidente, para defender a soja transgênica da Monsanto, Edílson Paiva, falando do glifosato usado na soja da Monsanto, chegou a dizer que os “humanos poderiam até beber e não morrer porque não temos a via metabólica das plantas” [10].
Alterações genéticas imprevistas
O método de transformação utilizado para o arroz Liberty Link foi o da aceleração de partículas (biolística). A biolística é um método de transferência direta que consiste em projetar transgenes dentro das células alvo através de partículas de ouro ou tungstênio cobertos com moléculas de DNA recombinante (transgenes) aceleradas por um sistema de propulsão por hélio. Neste método, há total descontrole do local da inserção dos transgenes nas células e genoma vegetal. O transgene pode tanto ser inserido no genoma nuclear quanto no DNA de organelas. Além disso, o número de transgenes também não é controlado. Várias partículas podem integrarse no genoma e em diferentes lugares. Finalmente, a integridade do transgene (sua sequência genética) também pode não ser mantida, ou seja, o transgene pode integrarse no genoma de forma truncada, com deleções ou ainda com inserções de fragmentos de DNA da própria célula entre os transgenes.
No caso do arroz LL, nenhum estudo cientificamente robusto foi apresentado pela proponente
a fim de confirmar o que foi inserido. Isto significa que sequer temos a certeza do que foi inserido, muito menos das conseqüências.
Durante a audiência pública, um participante mencionou a possibilidade de ter ocorrido deleção de um nucleotídio (Adenina) no local de regulação da expressão da proteína que confere a tolerância ao herbicida glufosinato de amônio. Posteriormente à audiência, a empresa admitiu a deleção, afirmando haver a alteração de um aminoácido na proteína. Essa alteração significa que a proteína produzida pelo arroz difere daquela produzida naturalmente pela bactéria Streptomyces, doadora do gene. No entanto, nenhum estudo foi apresentado a fim de investigar possíveis efeitos adversos na saúde humana e meio ambiente resultantes dessa alteração não intencional.
Ou seja, além da incerteza do que foi realmente inserido, ignorase uma alteração genética detectada, mas não esperada. A proteína não perdeu a sua função de conferir a tolerância ao herbicida, mas pode gerar riscos não analisados.
A decisão está nas mãos do governo Lula
A Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) criou uma instância acima da CTNBio, o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por 11 ministros e presidido pela Ministra Dilma Rousseff. O CNBS tem o poder de dar a última palavra em relação a uma liberação comercial de transgênico no país. Até o momento, a atuação do CNBS foi lamentável: deu razão à CTNBio e autorizou a liberação dos três milhos transgênicos que a ANVISA e o IBAMA recomendaram que não fossem autorizados.
A liberação do arroz LL tem também implicações econômicas bem graves, estando as principais
entidades representativas dos produtores contra (Farsul, Federarroz e Instituto Rio Grandense do
Arroz – IRGA). Como vai se posicionar o governo Lula: a favor da Bayer ou do Brasil?
Assinam este documento:
AAO Associação de Agricultura Orgânica ABRANDH – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos ACAN Associação Catarinense de Nutrição AEPAC Associação Estadual dos Pequenos Agricultores Catarinenses – ANA Articulação Nacional de Agroecologia ANAC – Associação Nacional de Agricultura Camponesa ANPA Associação Nacional dos Pequenos Agricultores – APATO Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins – APPA Associação Paranaense de Pequenos Agricultores ARPA Associação Riograndense de Pequenos Agricultores ASPTA Agricultura Familiar e Agroecologia – CESE Coordenadoria Ecumêmica de Serviços Cooperfumos Cooperativa Mista de Fumicultores do Brasil Ltda. CONESANGO Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Goiás CONSEASC Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Catarina – CPCPR Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná Ltda. – CPCRS Cooperativa Mista de Comercialização Camponesa do Rio Grande do Sul Ltda. CPT Comissão Pastoral da Terra FASE Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional FBSSAN Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – FEAB Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil FESANSMS Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Mato Grosso do Sul – FNECDC Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor FOSANES Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional do Espírito Santo IDEC Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Instituto Cultural Padre Josimo MAB Movimento dos Atingidos por Barragens MMC Movimento de Mulheres Camponesas MPA Movimento dos Pequenos Agricultores MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – Plataforma Dhesca Relatoria de Direito Humano à Terra, Território e Alimentação PJR Pastoral da Juventude Rural RECIDGO Rede de Educação Cidadã de Goiás Terra de Direitos Via Campesiana.
Notas:
[1] EU Environment Ministers Keep Bans on Transgenic Maize. Environment News Service (ENS). http://www.ensnewswire.com/ens/mar2009/2009030201.asp
[2] Nobuko Matsumura, Chizuko Takeuchi, Keiichi Hishikawa,Tomoko Fujii, Toshio Nakaki. Glufosinate ammonium induces convulsion through Nmethyldaspartate receptors in mice. Neuroscience Letters 304 (2001) 123125.
[3] Brasil é o principal destino de agrotóxico banido no exterior. O Estado de São Paulo, 30 de maio de 2010.
[4] A transcrição da audiência pública realizada em 18 de março de 2009 está disponível na página eletrônica da CTNBio, no endereço http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/13289.html
[5] Bayer ordered to pay farmer $1 million is tab for modified rice. Arkansas DemocratGazette, 10/03/2010. http://www.allbusiness.com/legal/tortsdamages/140796811.html ;
Bayer to pay $1.5 mln in 2nd lawsuit over GM rice, Reuters, 05 de fevereiro de 2010.
http://www.reuters.com/article/idUSLDE61421W20100205 e GM rice litigation: defense. Delta Farm Press, 04 de maio de 2010. http://deltafarmpress.com/rice/gmricelitigationdefense0504/
[6] Firm Blames Farmers, 'Act of God' for Rice Contamination. Washington Post, 22 de novembro de 2006. http://www.washingtonpost.com/wpdyn/content/article/2006/11/21/AR2006112101265.html
[7] Mesa redonda sobre arroz transgênico. CTNBio, 19 de maio de 2010, Brasília.
[8] Novo presidente da CTNBio defende arroz transgênico. O Estado de São Paulo, 11 de fevereiro
de 2010. http://www.estadao.com.br/noticias/geral,novopresidentedactnbiodefendearroztransgenico,509722,0.htm
[9] Novo presidente da CTNBio se diz contra rotular transgênico. Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2010. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u692636.shtml
[10] Avanço da soja transgênica amplia uso de glifosato. Valor Econômico, 24 de abril de 2007.
Dentro de poucos dias o Brasil pode se tornar a cobaia do mundo, ao permitir o plantio e o
consumo de arroz transgênico não aprovado em nenhum país.
O pedido da empresa alemã Bayer está praticamente pronto para ser votado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. Tratase do Arroz Liberty Link LL 62, resistente ao herbicida glufosinato de amônio (processo 01200.003386/200379). Neste caso, até os produtores e a Embrapa Arroz e Feijão estão contra. Parece que só a CTNBio está do lado da Bayer. Como vai se posicionar o governo LULA?
Arroz com herbicida – riscos para a saúde
A modificação genética torna o arroz resistente ao herbicida de princípio ativo glufosinato de amônio e nome comercial Basta ou Finale (ambos da Bayer). Ou seja, não há nenhum benefício para o consumidor. Pelo contrário. Com a resistência ao agrotóxico, a pulverização se dará sobre toda a lavoura, inclusive sobre o próprio arroz, que não morrerá mas absorverá o veneno, que irá também para os grãos.
O glufosinto é considerado tóxico para mamíferos e por este motivo será proibido na União Europeia a partir de 2017 por determinação do Parlamento Europeu [1]. Pesquisadores japoneses mostraram que a substância pode dificultar o desenvolvimento e a atividade do cérebro humano, provocando convulsões em roedores e humanos [2].
A Bayer é a empresa que mais vende agrotóxicos no Brasil e sua aposta no arroz transgênico visa ampliar ainda mais esse mercado. A venda casada com o glufosinato reforça a posição do Brasil como principal destino de produtos tóxicos não mais aceitos em outros países [3].
Problemas agronômicos – a posição da Embrapa
Em audiência pública, o pesquisador Flávio Breseghello, da Embrapa Arroz e Feijão, apresentou a posição oficial “autorizada pela presidência”, frisando que a empresa não é contra os trangênico e nem contra a modificação genética do arroz, mas que neste caso o produto da Bayer “agravará os problemas já existentes”. “Não devemos usar tecnologias que terão validade de poucas safras”, disse Breseghello.
O principal entrave técnico enfrentado pelos produtores de arroz é o controle do arroz vermelho, espécie ancestral do arroz comercial, que compete com a cultura. A preocupação é a constatação de que a planta transgênica inevitavelmente cruzará com sua parente vermelha, dando origem a arroz vermelho transgênico resistente a herbicida. O arroz vermelho pode germinar após mais de anos de dormência no solo. Segundo Breseguello, “a contaminação é irreversível” [4].
Problemas econômicos – a posição dos produtores
Na mesma audiência pública, os representantes dos produtores de arroz também manifestaram sua preocupação. Receiam perder mercado interno e externo caso a variedade seja liberada.
“Considerando que não existe consumo corrente nem mercado global para o arroz transgênico, concluímos que a entidade não é favorável nesse momento à liberação”, disse Renato Caiaffo Rocha, em nome dos produtores reunidos na Farsul e na Federarroz e do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.
Contaminação inevitável
Mais de 7 mil produtores de arroz processam a Bayer nos Estados Unidos por prejuízos sofridos pela contaminação de suas colheitas pelo arroz Liberty Link. A Justiça estadunidense já determinou o pagamento de mais de 50 milhões de dólares como indenização por danos materiais. A Justiça do estado de Arkansas determinou também indenização por danos morais por entender que houve má fé por parte da empresa [5].
Entre 1999 e 2001 a empresa realizou nos Estados Unidos testes de campo com o arroz modificado, mas não chegou a propor sua liberação comercial. A contaminação só foi descoberta cinco anos após a conclusão dos experimentos, quando o mercado europeu suspendeu as importações do produto. O Japão seguiu o mesmo caminho. Na ocasião, a empresa eximiuse de qualquer responsabilidade pelo ocorrido, alegando tratarse de “circunstâncias inevitáveis, ato de Deus e negligência dos agricultores” [6].
Recentemente, um repesentante da Bayer no Brasil afirmou que o problema não está na contaminação, mas sim no fato de ela não estar prevista e regulamentada pelas leis de biossegurança. Para André Abreu, enquanto permanecer um regime de intolerância (sic) em relação à contaminação, problemas como esse continuarão acontecendo [7].
Falta transparência
Muitos questionamentos foram apresentados por pesquisadores, produtores e representantes da sociedade civil na audiência publica realizada em março de 2009, mas até hoje nenhum deles foi respondido. Não se sabe, por exemplo, o que a empresa pretende fazer para evitar a contaminação do arroz comum nem qual o nível previsto de resíduo de agrotóxico no grão. A CTNBio nega acesso aos dados apresentados pela empresa. Essa falta de transparência é prejudicial à participação da sociedade, à biossegurança e à saúde pública.
Falta isenção – a avaliação pela CTNBio
Até hoje a CTNBio aprovou todos os pedidos a ela submetidos. Nunca recusou nenhum. Suas decisões ocorrem por maioria simples, isto é, 14 de 27 votos. Cabe destacar que é grande a controvérsia técnica dentro da própria Comissão. O melhor exemplo está no fato de que até hoje todas as aprovações tiveram votos contrários fundamentados dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Anvisa e Ibama apresentaram formalmente recursos técnicos contra as liberações dos milhos LL da Bayer, MON810 da Monsanto e Bt 11 da Syngenta, mas o governo Lula delegou à CTNBio a decisão. Pior para todos nós que teremos produtos contendo esses milhos transgênicos, apesar da discordância da ANVISA e do IBAMA.
A falta de imparcialidade começa pelo próprio presidente da Comissão, que ao assumir o cargo no início deste ano já se declarou favorável à liberação do arroz transgênico [8], contra a rotulagem dos produtos [9] e a favor da exclusão do monitoramento dos impactos à saúde dos transgênicos. Antes de ser presidente, para defender a soja transgênica da Monsanto, Edílson Paiva, falando do glifosato usado na soja da Monsanto, chegou a dizer que os “humanos poderiam até beber e não morrer porque não temos a via metabólica das plantas” [10].
Alterações genéticas imprevistas
O método de transformação utilizado para o arroz Liberty Link foi o da aceleração de partículas (biolística). A biolística é um método de transferência direta que consiste em projetar transgenes dentro das células alvo através de partículas de ouro ou tungstênio cobertos com moléculas de DNA recombinante (transgenes) aceleradas por um sistema de propulsão por hélio. Neste método, há total descontrole do local da inserção dos transgenes nas células e genoma vegetal. O transgene pode tanto ser inserido no genoma nuclear quanto no DNA de organelas. Além disso, o número de transgenes também não é controlado. Várias partículas podem integrarse no genoma e em diferentes lugares. Finalmente, a integridade do transgene (sua sequência genética) também pode não ser mantida, ou seja, o transgene pode integrarse no genoma de forma truncada, com deleções ou ainda com inserções de fragmentos de DNA da própria célula entre os transgenes.
No caso do arroz LL, nenhum estudo cientificamente robusto foi apresentado pela proponente
a fim de confirmar o que foi inserido. Isto significa que sequer temos a certeza do que foi inserido, muito menos das conseqüências.
Durante a audiência pública, um participante mencionou a possibilidade de ter ocorrido deleção de um nucleotídio (Adenina) no local de regulação da expressão da proteína que confere a tolerância ao herbicida glufosinato de amônio. Posteriormente à audiência, a empresa admitiu a deleção, afirmando haver a alteração de um aminoácido na proteína. Essa alteração significa que a proteína produzida pelo arroz difere daquela produzida naturalmente pela bactéria Streptomyces, doadora do gene. No entanto, nenhum estudo foi apresentado a fim de investigar possíveis efeitos adversos na saúde humana e meio ambiente resultantes dessa alteração não intencional.
Ou seja, além da incerteza do que foi realmente inserido, ignorase uma alteração genética detectada, mas não esperada. A proteína não perdeu a sua função de conferir a tolerância ao herbicida, mas pode gerar riscos não analisados.
A decisão está nas mãos do governo Lula
A Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) criou uma instância acima da CTNBio, o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por 11 ministros e presidido pela Ministra Dilma Rousseff. O CNBS tem o poder de dar a última palavra em relação a uma liberação comercial de transgênico no país. Até o momento, a atuação do CNBS foi lamentável: deu razão à CTNBio e autorizou a liberação dos três milhos transgênicos que a ANVISA e o IBAMA recomendaram que não fossem autorizados.
A liberação do arroz LL tem também implicações econômicas bem graves, estando as principais
entidades representativas dos produtores contra (Farsul, Federarroz e Instituto Rio Grandense do
Arroz – IRGA). Como vai se posicionar o governo Lula: a favor da Bayer ou do Brasil?
Assinam este documento:
AAO Associação de Agricultura Orgânica ABRANDH – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos ACAN Associação Catarinense de Nutrição AEPAC Associação Estadual dos Pequenos Agricultores Catarinenses – ANA Articulação Nacional de Agroecologia ANAC – Associação Nacional de Agricultura Camponesa ANPA Associação Nacional dos Pequenos Agricultores – APATO Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins – APPA Associação Paranaense de Pequenos Agricultores ARPA Associação Riograndense de Pequenos Agricultores ASPTA Agricultura Familiar e Agroecologia – CESE Coordenadoria Ecumêmica de Serviços Cooperfumos Cooperativa Mista de Fumicultores do Brasil Ltda. CONESANGO Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Goiás CONSEASC Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Catarina – CPCPR Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná Ltda. – CPCRS Cooperativa Mista de Comercialização Camponesa do Rio Grande do Sul Ltda. CPT Comissão Pastoral da Terra FASE Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional FBSSAN Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – FEAB Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil FESANSMS Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Mato Grosso do Sul – FNECDC Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor FOSANES Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional do Espírito Santo IDEC Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Instituto Cultural Padre Josimo MAB Movimento dos Atingidos por Barragens MMC Movimento de Mulheres Camponesas MPA Movimento dos Pequenos Agricultores MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – Plataforma Dhesca Relatoria de Direito Humano à Terra, Território e Alimentação PJR Pastoral da Juventude Rural RECIDGO Rede de Educação Cidadã de Goiás Terra de Direitos Via Campesiana.
Notas:
[1] EU Environment Ministers Keep Bans on Transgenic Maize. Environment News Service (ENS). http://www.ensnewswire.com/ens/mar2009/2009030201.asp
[2] Nobuko Matsumura, Chizuko Takeuchi, Keiichi Hishikawa,Tomoko Fujii, Toshio Nakaki. Glufosinate ammonium induces convulsion through Nmethyldaspartate receptors in mice. Neuroscience Letters 304 (2001) 123125.
[3] Brasil é o principal destino de agrotóxico banido no exterior. O Estado de São Paulo, 30 de maio de 2010.
[4] A transcrição da audiência pública realizada em 18 de março de 2009 está disponível na página eletrônica da CTNBio, no endereço http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/13289.html
[5] Bayer ordered to pay farmer $1 million is tab for modified rice. Arkansas DemocratGazette, 10/03/2010. http://www.allbusiness.com/legal/tortsdamages/140796811.html ;
Bayer to pay $1.5 mln in 2nd lawsuit over GM rice, Reuters, 05 de fevereiro de 2010.
http://www.reuters.com/article/idUSLDE61421W20100205 e GM rice litigation: defense. Delta Farm Press, 04 de maio de 2010. http://deltafarmpress.com/rice/gmricelitigationdefense0504/
[6] Firm Blames Farmers, 'Act of God' for Rice Contamination. Washington Post, 22 de novembro de 2006. http://www.washingtonpost.com/wpdyn/content/article/2006/11/21/AR2006112101265.html
[7] Mesa redonda sobre arroz transgênico. CTNBio, 19 de maio de 2010, Brasília.
[8] Novo presidente da CTNBio defende arroz transgênico. O Estado de São Paulo, 11 de fevereiro
de 2010. http://www.estadao.com.br/noticias/geral,novopresidentedactnbiodefendearroztransgenico,509722,0.htm
[9] Novo presidente da CTNBio se diz contra rotular transgênico. Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2010. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u692636.shtml
[10] Avanço da soja transgênica amplia uso de glifosato. Valor Econômico, 24 de abril de 2007.
Alagoas e Haiti, duas faces de uma mesma tragédia
quarta-feira, 23 de junho de 2010
por Admin última modificação 23/06/2010 11:35
Tendo praticamente a mesma extensão territorial, Alagoas e Haiti guardam também outras semelhanças históricas
23/06/2010
Thalles Gomes
Ti Rivye Latibonit
Haiti
O número de atingidos pelas fortes chuvas que assolaram Alagoas na última sexta-feira, 19 de Junho de 2010, são desoladores. De acordo com dados divulgados pela Defesa Civil do estado em 21 de Junho, as enchentes dos rios Mundaú e Paraíba atingiram 177.282 pessoas, deixando mais de 600 desaparecidos e 26 mortos. Ao todo, 26 municípios foram afetados pelas enchentes. São dados alarmantes, mas seria no mínimo insano compará-los aos 300 mil mortos e mais de 1 milhão de desabrigados que o terremoto de 12 de Janeiro de 2010 acarretou no Haiti. Nesse caso a comparação é válida não pela quantidade, mas sim pela qualidade.
Tendo praticamente a mesma extensão territorial, Alagoas e Haiti guardam também outras semelhanças históricas. Em suas terras surgiram dois marcos da luta pela liberdade nas Américas. Zumbi, Dandara, Ganga Zumba, Acotirene e os quilombolas de Palmares combateram a escravidão negra e criaram em plena Serra da Barriga uma sociedade livre e igualitária que resistiu por mais de um século contra as ofensivas dos senhores-de-engenho e capitães do mato. Menos de cem anos após a morte de Zumbi em terras alagoanas, Toussaint Louverture, Capóis La Mort, Alexander Petion, Henri Kristophe e Jean Jacques Dessalines lideraram aquela que foi a primeira revolução vitoriosa de escravos que se têm notícia na história da humanidade. Em 1804, o Haiti se tornava independente, abolia a escravidão e iniciava um processo popular de reforma agrária.
Essa ousadia foi punida severamente pelos senhores de engenho de ontem e de hoje e, ao que parece, Alagoas e Haiti foram escolhidos como símbolos de sua opressão e imponência. Ao Haiti, após 1804, foi imposta uma descabida e impagável “dívida da independência” por parte dos Franceses, seguida de vinte anos de ocupação militar estadunidense (1915-1934) e uma ditadura sanguinária dos Duvalier pai e filho, que em trinta anos (1957-1986) assassinou cerca de 30.000 haitianos. Com a abertura política no final da década de 80, a esperança de mudanças surgiu com a chegada ao poder do Padre Jean Bertrand Aristide em 1990, mas foi extinta menos de um ano depois com mais um golpe militar sob os auspícios de Washington. Desde então, o país não conseguiu encontrar o equilíbrio e autonomias suficientes para caminhar com as próprias pernas. Situação que só se agravou com a ocupação militar da MINUSTAH em 2004, liderada pelo exército brasileiro. O resultado é que o Haiti é hoje a nação mais pobre do continente americano, com 56% da população abaixo da linha da pobreza e com uma expectativa de vida de 58,1 anos. Isso sem contabilizar as conseqüências do terremoto de 12 de Janeiro.
Não houve ocupações militares da ONU ou dos Estados Unidos em Alagoas, é fato, mas em compensação o estado vive sob uma ditadura ferrenha que já dura séculos e que ceifou mais vidas que qualquer outro regime ditatorial nas Américas: a ditadura da Cana. Mesmo sendo o segundo menor estado em extensão no Brasil, Alagoas está entre os cinco maiores produtores de cana-de-açúcar do país. São 448 mil hectares destinados para esse monocultivo, com uma produção que se aproxima dos 30 milhões de toneladas de cana por ano. Isso só é possível graças à devastação ambiental e à exploração dos trabalhadores. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o estado é o terceiro do país em índices de trabalho escravo, e o primeiro da região Nordeste com mais casos de trabalho escravo no campo. Somente em 2008, foram libertados 656 trabalhadores escravos, todos saídos dos canaviais. O resultado é que Alagoas sustenta hoje o pior Índice de Desenvolvimento Humano, a maior taxa de mortalidade infantil, o maior índice de analfabetismo e a menor expectativa de vida dentre todos os estados do país. Isso sem contabilizar as conseqüências das enchentes de 19 de Junho.
Fenômenos naturais podem agravar, mas não criam a miséria. No Haiti e Alagoas, a miséria já existia antes de qualquer terremoto ou enchente.
Os negócios da Catástrofe
Nos dias que se seguiram ao terremoto de janeiro, a devastada Porto Príncipe se tornou o local de peregrinação preferido para políticos e personalidade de todo mundo expressarem sua compaixão. Sobrevoando as ruínas em seus helicópteros, declararam com voz embargada suas condolências perante as câmeras de televisão e reafirmam compromissos de ajuda às vítimas do terremoto. O fenômeno parece se repetir em terras caetés. Campanhas para arrecadação de alimentos e agasalhos, visita do Ministro de Integração Nacional aos municípios afetados, discursos emocionados de governadores e candidatos à presidência, promessas de verbas e ajudas às vítimas das enchentes.
No caso de Alagoas ainda é cedo para tal conclusão, mas passados quase seis meses do terremoto no Haiti, pode-se dizer que essa compaixão tem prazo de validade e não resiste a novas manchetes internacionais.
As ruínas ainda dificultam o tráfego pelas ruas de Porto Príncipe e não se vê nenhuma movimentação por parte das tropas da ONU ou de qualquer outra entidade internacional para a retirada dos escombros, muito menos para a reconstrução das casas e edifícios. Os acampamentos improvisados se proliferam por praças e terrenos baldios e as únicas ações visíveis do governo são recomendações de higiene espalhadas em baners e faixas, além de escassos mutirões de voluntários que retiram com as próprias mãos os entulhos dos prédios.
Não que falte dinheiro. A Conferência Internacional de Doadores Rumo a um Novo Futuro para o Haiti ocorrida em 31 de março no escritório das Nações Unidas em Nova Iorque definiu a quantia de U$ 9,9 bilhões a serem desembolsados para a reconstrução do país, sendo que U$ 5,3 bilhões serão usados já nos próximos dois anos.
Acontece que o a idéia de reconstrução desses doadores é bastante peculiar. Como afirmou o empresário estadunidense Bradley J. Horwitz durante a Conferência de Nova Iorque “o que é bom para os negócios é bom para o país”. Portanto, quando esses doadores falam em beneficiar a agricultora haitiana, o que eles querem dizer de fato é que irão financiar o monocultivo da manga para que a Coca-Cola possa lançar no mercado um novo refrigerante feito a partir desta fruta. Quando falam em facilitar a exportação de produtos têxteis especializados haitianos e criar mais de 100.000 empregos no país, o que querem dizer de fato é que irão aumentar a lucratividade das indústrias ‘maquiladoras’ estadunidenses instaladas no Haiti, que não pagam nenhum imposto e não respeitam os mais elementares direitos trabalhistas. Quando falam em melhorar a infra-estrutura com a construção de novas estradas, eles buscam de fato garantir o lucro de empresas como a espanhola Elsamex S.A., que recebeu 32 milhões de euros para construir uma estrada de 43 km de extensão. Por fim, quando falam em melhorar os serviços públicos, esses doadores cogitam transformar o Haiti na primeira ‘nação totalmente wirelles’ do Caribe, uma empreitada que será levada a cabo pela empresa de Bradley Horwitz.
A indústria da Cheia
De fato, seria inconcebível fazer uma transposição rasa da conjuntura haitiana para a realidade de Alagoas. Entretanto, acreditar que os recursos a serem enviados a Alagoas após as enchentes de 19 de junho irão transformar o estado num “território totalmente wirelles” é tão improvável quanto acreditar que eles vão realmente chegar às mãos das mais de 177 mil vítimas das chuvas.
Para os desavisados, é bom não esquecer que estamos tratando de um estado onde há não menos de cinco anos foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Gabiru, responsável pela prisão de 31 pessoas, entre elas oito prefeitos, quatro ex-prefeitos, secretários municipais e empresários, suspeitas de desviar dinheiro destinado à merenda escolar e lavagem de dinheiro. Todos os prefeitos foram soltos e muitos continuam a frente de cargos públicos.
Mas não é só na baixa política que a corrupção se alastra em Alagoas. Dois dos atuais senadores alagoanos também estiveram envolvidos em escândalos políticos. Renan Calheiros viu seu nome ligado a uma série de denúncias de desvio de dinheiro público no ano de 2007, no que ficou conhecido como Caso Renangate. Corrupção e desvio de verbas públicas também foram os motivos do impeachment de Fernando Collor de Mello quando era presidente da república em 1992.
Diante desse quadro, aumentam as possibilidades de que se repita em Alagoas o que ocorreu em outros estados do Nordeste no primeiro semestre de 2009, quando fortes chuvas provocaram enchentes em diversos estados da região, atingindo principalmente Maranhão, Piauí e Ceará. Mais de 1 milhão e 300 mil pessoas foram afetadas, sendo que 450 mil ficaram desalojadas e desabrigadas.
Como relatou naquela ocasião Hortência Mendes, pedagoga e integrante da Cáritas Regional Piauí, “se na Indústria da Seca, a seca era usada para o interesse dos políticos, agora já começa a ter uma Indústria da Cheia. Porque na hora que começa a chover todos os prefeitos dizem “Estado de Calamidade Pública”, “Estado de Emergência”, para quê? Para receber recursos do governo federal. Os recursos vem e não são aplicados”. E continua a denúncia: “Ano passado, o que nós soubemos é que o Piauí recebeu R$ 126 milhões para trabalhar com as situações de emergência causadas pelas enchentes. Em todo lugar que nós fomos, não vimos esse recurso ser aplicado. Esse ano todos os municípios estão pedindo de novo dinheiro para o Governo Federal. Mas o que vemos são as pessoas fazendo suas próprias casas, indo atrás do barro, para levantar a casa de taipa.”
Entre agasalhos e canaviais
Os exemplos do Haiti e das enchentes anteriores no nordeste evidenciam que a simples doação de agasalhos, alimentos e campanhas de solidariedade na internet servem apenas para aplacar algumas consciências e suprir as necessidades emergenciais das vítimas das catástrofes. Entretanto, nem todos os agasalhos e cestas básicas do mundo impedirão que novas chuvas caiam no ano que vem e encontrem a mesma falta de infra-estrutura nos municípios, junto com o deserto verde da cana-de-açúcar se alastrando pelas matas e margens dos rios, impedindo a captação da chuva pelo solo e aumentando o assoreamento dos rios.
Nesses momentos de catástrofe, o mais sábio seria buscar compreender e combater suas causas e não se resumir apenas a lidar com suas conseqüências. No Haiti, diante das ruínas e da dor do terremoto, diversos setores da sociedade começam a se organizar em busca de uma verdadeira reconstrução do país, que crie um outro modelo de organização política, econômica e agrária a ser levada adiante pelo povo e não a partir dos escritórios de Porto Príncipe. Um exemplo tangível para seus pares alagoanos.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/internacional/alagoas-e-haiti-duas-faces-de-uma-mesma-tragedia/view
Tendo praticamente a mesma extensão territorial, Alagoas e Haiti guardam também outras semelhanças históricas
23/06/2010
Thalles Gomes
Ti Rivye Latibonit
Haiti
O número de atingidos pelas fortes chuvas que assolaram Alagoas na última sexta-feira, 19 de Junho de 2010, são desoladores. De acordo com dados divulgados pela Defesa Civil do estado em 21 de Junho, as enchentes dos rios Mundaú e Paraíba atingiram 177.282 pessoas, deixando mais de 600 desaparecidos e 26 mortos. Ao todo, 26 municípios foram afetados pelas enchentes. São dados alarmantes, mas seria no mínimo insano compará-los aos 300 mil mortos e mais de 1 milhão de desabrigados que o terremoto de 12 de Janeiro de 2010 acarretou no Haiti. Nesse caso a comparação é válida não pela quantidade, mas sim pela qualidade.
Tendo praticamente a mesma extensão territorial, Alagoas e Haiti guardam também outras semelhanças históricas. Em suas terras surgiram dois marcos da luta pela liberdade nas Américas. Zumbi, Dandara, Ganga Zumba, Acotirene e os quilombolas de Palmares combateram a escravidão negra e criaram em plena Serra da Barriga uma sociedade livre e igualitária que resistiu por mais de um século contra as ofensivas dos senhores-de-engenho e capitães do mato. Menos de cem anos após a morte de Zumbi em terras alagoanas, Toussaint Louverture, Capóis La Mort, Alexander Petion, Henri Kristophe e Jean Jacques Dessalines lideraram aquela que foi a primeira revolução vitoriosa de escravos que se têm notícia na história da humanidade. Em 1804, o Haiti se tornava independente, abolia a escravidão e iniciava um processo popular de reforma agrária.
Essa ousadia foi punida severamente pelos senhores de engenho de ontem e de hoje e, ao que parece, Alagoas e Haiti foram escolhidos como símbolos de sua opressão e imponência. Ao Haiti, após 1804, foi imposta uma descabida e impagável “dívida da independência” por parte dos Franceses, seguida de vinte anos de ocupação militar estadunidense (1915-1934) e uma ditadura sanguinária dos Duvalier pai e filho, que em trinta anos (1957-1986) assassinou cerca de 30.000 haitianos. Com a abertura política no final da década de 80, a esperança de mudanças surgiu com a chegada ao poder do Padre Jean Bertrand Aristide em 1990, mas foi extinta menos de um ano depois com mais um golpe militar sob os auspícios de Washington. Desde então, o país não conseguiu encontrar o equilíbrio e autonomias suficientes para caminhar com as próprias pernas. Situação que só se agravou com a ocupação militar da MINUSTAH em 2004, liderada pelo exército brasileiro. O resultado é que o Haiti é hoje a nação mais pobre do continente americano, com 56% da população abaixo da linha da pobreza e com uma expectativa de vida de 58,1 anos. Isso sem contabilizar as conseqüências do terremoto de 12 de Janeiro.
Não houve ocupações militares da ONU ou dos Estados Unidos em Alagoas, é fato, mas em compensação o estado vive sob uma ditadura ferrenha que já dura séculos e que ceifou mais vidas que qualquer outro regime ditatorial nas Américas: a ditadura da Cana. Mesmo sendo o segundo menor estado em extensão no Brasil, Alagoas está entre os cinco maiores produtores de cana-de-açúcar do país. São 448 mil hectares destinados para esse monocultivo, com uma produção que se aproxima dos 30 milhões de toneladas de cana por ano. Isso só é possível graças à devastação ambiental e à exploração dos trabalhadores. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o estado é o terceiro do país em índices de trabalho escravo, e o primeiro da região Nordeste com mais casos de trabalho escravo no campo. Somente em 2008, foram libertados 656 trabalhadores escravos, todos saídos dos canaviais. O resultado é que Alagoas sustenta hoje o pior Índice de Desenvolvimento Humano, a maior taxa de mortalidade infantil, o maior índice de analfabetismo e a menor expectativa de vida dentre todos os estados do país. Isso sem contabilizar as conseqüências das enchentes de 19 de Junho.
Fenômenos naturais podem agravar, mas não criam a miséria. No Haiti e Alagoas, a miséria já existia antes de qualquer terremoto ou enchente.
Os negócios da Catástrofe
Nos dias que se seguiram ao terremoto de janeiro, a devastada Porto Príncipe se tornou o local de peregrinação preferido para políticos e personalidade de todo mundo expressarem sua compaixão. Sobrevoando as ruínas em seus helicópteros, declararam com voz embargada suas condolências perante as câmeras de televisão e reafirmam compromissos de ajuda às vítimas do terremoto. O fenômeno parece se repetir em terras caetés. Campanhas para arrecadação de alimentos e agasalhos, visita do Ministro de Integração Nacional aos municípios afetados, discursos emocionados de governadores e candidatos à presidência, promessas de verbas e ajudas às vítimas das enchentes.
No caso de Alagoas ainda é cedo para tal conclusão, mas passados quase seis meses do terremoto no Haiti, pode-se dizer que essa compaixão tem prazo de validade e não resiste a novas manchetes internacionais.
As ruínas ainda dificultam o tráfego pelas ruas de Porto Príncipe e não se vê nenhuma movimentação por parte das tropas da ONU ou de qualquer outra entidade internacional para a retirada dos escombros, muito menos para a reconstrução das casas e edifícios. Os acampamentos improvisados se proliferam por praças e terrenos baldios e as únicas ações visíveis do governo são recomendações de higiene espalhadas em baners e faixas, além de escassos mutirões de voluntários que retiram com as próprias mãos os entulhos dos prédios.
Não que falte dinheiro. A Conferência Internacional de Doadores Rumo a um Novo Futuro para o Haiti ocorrida em 31 de março no escritório das Nações Unidas em Nova Iorque definiu a quantia de U$ 9,9 bilhões a serem desembolsados para a reconstrução do país, sendo que U$ 5,3 bilhões serão usados já nos próximos dois anos.
Acontece que o a idéia de reconstrução desses doadores é bastante peculiar. Como afirmou o empresário estadunidense Bradley J. Horwitz durante a Conferência de Nova Iorque “o que é bom para os negócios é bom para o país”. Portanto, quando esses doadores falam em beneficiar a agricultora haitiana, o que eles querem dizer de fato é que irão financiar o monocultivo da manga para que a Coca-Cola possa lançar no mercado um novo refrigerante feito a partir desta fruta. Quando falam em facilitar a exportação de produtos têxteis especializados haitianos e criar mais de 100.000 empregos no país, o que querem dizer de fato é que irão aumentar a lucratividade das indústrias ‘maquiladoras’ estadunidenses instaladas no Haiti, que não pagam nenhum imposto e não respeitam os mais elementares direitos trabalhistas. Quando falam em melhorar a infra-estrutura com a construção de novas estradas, eles buscam de fato garantir o lucro de empresas como a espanhola Elsamex S.A., que recebeu 32 milhões de euros para construir uma estrada de 43 km de extensão. Por fim, quando falam em melhorar os serviços públicos, esses doadores cogitam transformar o Haiti na primeira ‘nação totalmente wirelles’ do Caribe, uma empreitada que será levada a cabo pela empresa de Bradley Horwitz.
A indústria da Cheia
De fato, seria inconcebível fazer uma transposição rasa da conjuntura haitiana para a realidade de Alagoas. Entretanto, acreditar que os recursos a serem enviados a Alagoas após as enchentes de 19 de junho irão transformar o estado num “território totalmente wirelles” é tão improvável quanto acreditar que eles vão realmente chegar às mãos das mais de 177 mil vítimas das chuvas.
Para os desavisados, é bom não esquecer que estamos tratando de um estado onde há não menos de cinco anos foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Gabiru, responsável pela prisão de 31 pessoas, entre elas oito prefeitos, quatro ex-prefeitos, secretários municipais e empresários, suspeitas de desviar dinheiro destinado à merenda escolar e lavagem de dinheiro. Todos os prefeitos foram soltos e muitos continuam a frente de cargos públicos.
Mas não é só na baixa política que a corrupção se alastra em Alagoas. Dois dos atuais senadores alagoanos também estiveram envolvidos em escândalos políticos. Renan Calheiros viu seu nome ligado a uma série de denúncias de desvio de dinheiro público no ano de 2007, no que ficou conhecido como Caso Renangate. Corrupção e desvio de verbas públicas também foram os motivos do impeachment de Fernando Collor de Mello quando era presidente da república em 1992.
Diante desse quadro, aumentam as possibilidades de que se repita em Alagoas o que ocorreu em outros estados do Nordeste no primeiro semestre de 2009, quando fortes chuvas provocaram enchentes em diversos estados da região, atingindo principalmente Maranhão, Piauí e Ceará. Mais de 1 milhão e 300 mil pessoas foram afetadas, sendo que 450 mil ficaram desalojadas e desabrigadas.
Como relatou naquela ocasião Hortência Mendes, pedagoga e integrante da Cáritas Regional Piauí, “se na Indústria da Seca, a seca era usada para o interesse dos políticos, agora já começa a ter uma Indústria da Cheia. Porque na hora que começa a chover todos os prefeitos dizem “Estado de Calamidade Pública”, “Estado de Emergência”, para quê? Para receber recursos do governo federal. Os recursos vem e não são aplicados”. E continua a denúncia: “Ano passado, o que nós soubemos é que o Piauí recebeu R$ 126 milhões para trabalhar com as situações de emergência causadas pelas enchentes. Em todo lugar que nós fomos, não vimos esse recurso ser aplicado. Esse ano todos os municípios estão pedindo de novo dinheiro para o Governo Federal. Mas o que vemos são as pessoas fazendo suas próprias casas, indo atrás do barro, para levantar a casa de taipa.”
Entre agasalhos e canaviais
Os exemplos do Haiti e das enchentes anteriores no nordeste evidenciam que a simples doação de agasalhos, alimentos e campanhas de solidariedade na internet servem apenas para aplacar algumas consciências e suprir as necessidades emergenciais das vítimas das catástrofes. Entretanto, nem todos os agasalhos e cestas básicas do mundo impedirão que novas chuvas caiam no ano que vem e encontrem a mesma falta de infra-estrutura nos municípios, junto com o deserto verde da cana-de-açúcar se alastrando pelas matas e margens dos rios, impedindo a captação da chuva pelo solo e aumentando o assoreamento dos rios.
Nesses momentos de catástrofe, o mais sábio seria buscar compreender e combater suas causas e não se resumir apenas a lidar com suas conseqüências. No Haiti, diante das ruínas e da dor do terremoto, diversos setores da sociedade começam a se organizar em busca de uma verdadeira reconstrução do país, que crie um outro modelo de organização política, econômica e agrária a ser levada adiante pelo povo e não a partir dos escritórios de Porto Príncipe. Um exemplo tangível para seus pares alagoanos.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/internacional/alagoas-e-haiti-duas-faces-de-uma-mesma-tragedia/view
Carta em solidariedade ao povo afetado pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco.
O Centro Acadêmico de Biologia da Universidade Federal de Alagoas - CABio UFAL, vem por meio desta se solidarizar com todo o povo alagoano e pernambucano que vêm sofrendo com as consequências das fortes enxurradas dos últimos dias.
Diante dessa situação, cerca de 21 municípios do estado de Alagoas foram afetados. Com o transbordamento dos rios Paraíba e Mundaú, as cidades (e sua população) que se encontravam em seus cursos sofreram drásticas perdas. Dentre elas, Branquinha teve mais de 90% de seu território destruído, Barreiros e Rio Largo também se encontram em situação de calamidade pública.
Contamos hoje com mais de 26 mil desabrigados e 54 mil desalojados em Alagoas, já Pernambuco registra mais de 40 mil pessoas na mesma situação. O número de mortos e desaparecidos gira em torno de 40 e 600 respectivamente.
Um povo que perdeu o que tinha em poucos minutos, que viu suas conquistas serem levadas com a força das águas, que chora com muita dor a perda de parentes e o desaparecimento de companheiros e que resistem hoje, com a força inerente do nordestino, e luta pela reconstrução de suas vidas.
Compreendemos que os fatores que levaram à tais proporções são inúmeros e não param simplesmente na "Força imensurável da Natureza", perpassam principalmente pela gestão e administração pública desses municípios e da relação dos governantes com as questões ambientais.
Por outro lado, é necessário que nos mobilizemos urgentemente para contribuir com o sustento e fortalecimento desse povo através de doações de alimentos, roupas, colchões, agasalhos e água.
Solicitamos à todos que separem doações o mais rápido possível e levem até o Centro Acadêmico de Biologia da UFAL no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, praça da Faculdade, prado S/N
Ou se dirija aos seguintes pontos:
*1º Grupamento de Bombeiros Militar (1º GBM) – Rodovia 316, Km 14, Tabuleiro dos Martins, próximo a Policia Rodoviária Federal, 3315-2900 /3315-2905
*Grupamento de Socorros de Emergência (GSE) – Conjunto Senador Rui Palmeira, S/N, 3315-2400.
*Subgrupamento Independente Ambiental (SGIA) – Av. Dr. Antônio Gouveia, S/A, Pajuçara, próximo ao Iate Clube Pajuçara, 3315-9852.
*Quartel do Comando Geral (QCG) – Av. Siqueira Campos, S/N, Trapiche da Barra, próximo a Pecuária, 3315-2830.
*Defesa Civil Estadual (CEDEC) - Rua Lanevere Machado n.º 80, Trapiche da Barra,próximo a Pecuária, 3315-2822 / 3315-2843.
*Grupamento de Salvamento Aquático (GSA) – Av. Assis Chateaubriand, S/N, Pontal, próximo a Braskem, 3315-2845.
Em caso de dúvidas:
Ana 9602-1178
Thay 9910-8289
Thame 8833-6989
Isa 9634-6543
Diante dessa situação, cerca de 21 municípios do estado de Alagoas foram afetados. Com o transbordamento dos rios Paraíba e Mundaú, as cidades (e sua população) que se encontravam em seus cursos sofreram drásticas perdas. Dentre elas, Branquinha teve mais de 90% de seu território destruído, Barreiros e Rio Largo também se encontram em situação de calamidade pública.
Contamos hoje com mais de 26 mil desabrigados e 54 mil desalojados em Alagoas, já Pernambuco registra mais de 40 mil pessoas na mesma situação. O número de mortos e desaparecidos gira em torno de 40 e 600 respectivamente.
Um povo que perdeu o que tinha em poucos minutos, que viu suas conquistas serem levadas com a força das águas, que chora com muita dor a perda de parentes e o desaparecimento de companheiros e que resistem hoje, com a força inerente do nordestino, e luta pela reconstrução de suas vidas.
Compreendemos que os fatores que levaram à tais proporções são inúmeros e não param simplesmente na "Força imensurável da Natureza", perpassam principalmente pela gestão e administração pública desses municípios e da relação dos governantes com as questões ambientais.
Por outro lado, é necessário que nos mobilizemos urgentemente para contribuir com o sustento e fortalecimento desse povo através de doações de alimentos, roupas, colchões, agasalhos e água.
Solicitamos à todos que separem doações o mais rápido possível e levem até o Centro Acadêmico de Biologia da UFAL no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, praça da Faculdade, prado S/N
Ou se dirija aos seguintes pontos:
*1º Grupamento de Bombeiros Militar (1º GBM) – Rodovia 316, Km 14, Tabuleiro dos Martins, próximo a Policia Rodoviária Federal, 3315-2900 /3315-2905
*Grupamento de Socorros de Emergência (GSE) – Conjunto Senador Rui Palmeira, S/N, 3315-2400.
*Subgrupamento Independente Ambiental (SGIA) – Av. Dr. Antônio Gouveia, S/A, Pajuçara, próximo ao Iate Clube Pajuçara, 3315-9852.
*Quartel do Comando Geral (QCG) – Av. Siqueira Campos, S/N, Trapiche da Barra, próximo a Pecuária, 3315-2830.
*Defesa Civil Estadual (CEDEC) - Rua Lanevere Machado n.º 80, Trapiche da Barra,próximo a Pecuária, 3315-2822 / 3315-2843.
*Grupamento de Salvamento Aquático (GSA) – Av. Assis Chateaubriand, S/N, Pontal, próximo a Braskem, 3315-2845.
Em caso de dúvidas:
Ana 9602-1178
Thay 9910-8289
Thame 8833-6989
Isa 9634-6543
Festas juninas no CABIO!
domingo, 13 de junho de 2010
São João chegando e o CABIO também quer pular fogueira!
Viemos aqui convidar a tod@s para o Biobar junino que irá acontecer dia 17, quinta-feira, às 19 horas na sala do centro acadêmico, logo após o II Pré-ENEB.
Venderemos comidas típicas e bebidas e improvisaremos uma quadrilha com quem estiver lá!
Compareçam e vamos nos divertir, afinal, São João é uma das épocas do ano mais divertidas e quanto mais gente maior a quadrilha e mais engraçada ela fica!
Esperamos vocês lá!
Abraços!
MOÇÃO DE REPÚDIO A IMPLEMENTAÇÃO DO MEGAEMPREEDIMENTO IMOBILIÁRIO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE RETINGA ENTRE A BARRA E O FRANCÊS.
Nós enquanto estudantes do centro acadêmico de biologia e do diretório central dos estudantes Quilombo dos Palmares da Universidade Federal de Alagoas, vimos por meio dessa carta destacar nosso repúdio ao que está preste a acontecer com a restinga do nosso estado de Alagoas.
Como futuros trabalhadores e nos enxergando como protagonistas ativos necessários nessa sociedade tomamos como obrigação nos colocarmos claramente contra o que se pretende fazer com essa Área de Preservação Permanente. Tal nome deveria ser auto-explicativo e subsidiar qualquer tipo de pretensão em cima dessa área, contudo, passa-se por cima mais uma vez do que é racional para o que é economicamente favorável para aquele que defendem esse megaempreendimento. Deve-se aqui ressaltar a importância do bioma restinga pontuando esferas em que ela é imprescindível.
Ecologicamente é um ecossistema único com espécies endêmicas, exclusivas, que irão desaparecer gradualmente com a destruição de seu habitat. Há, portanto, um reflexo direto na perda da riqueza natural do estado, algo que destaca Alagoas mundialmente. Ou seja, a destruição de um dos bens mais preciosos inclusive com grande contribuição na economia do estado, a natureza, é um tiro no pé da população alagoana. Vale-se destacar que se trata de um tipo de bioma extremamente delicado e qualquer forma de manejo que não vise à preservação mas que vise lucros megaempreendedores fada esse ambiente a um terrível fim.
No âmbito das comunidades alagoanas que moram ao redor da restinga e têm acesso ao bioma, necessita-se, sim, de uma educação ambiental intensa, contudo, esta população tem interesse na manutenção daquele ambiente. Portanto, tais pessoas não irão extrair daquele ambiente até a última gota, como fazem os grandes interessados no lucro megaempreendedor, mas sim tirar dela harmonicamente o que necessitam para viver.
Esclarecendo aqui que as APP foram criadas para proteger os biomas, o que significa que não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo também benefícios para a fauna.
Ao se tratar da legislação que deveria proteger o meio ambiente, o código florestal, as restingas tinham sua segurança garantida, antes de reformas nele postas. Isso devido a um item no artigo 2º que garantia sua preservação dizendo que as áreas de preservação permanente incluíam as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangues. Destacando que está em andamento outra mudança nesse código que diminui a percentagem obrigatória de manutenção florestal das APP e que cada estado terá de fazer sua lei de acordo com a determinação da lei nacional. Isso dará direções e medidas que poderão redefinir as áreas de reserva legal em razão de peculiaridades regionais. Ou seja, de fato depois de mais uma manobra favorecendo os ruralistas e desresponsabilizando o governo federal, tais votos de minerva ficam nas mãos dos responsáveis aqui do estado.
Diante deste quadro estamos aqui para reivindicar a manutenção do que restou da restinga original de Alagoas não aceitando mais um absurdo megaeempreiteiro que pretende passar por cima, mais uma vez, da natureza e do próprio homem enquanto parte integral dela em prol de interesses que nos parecem irracionais!
Parece que o dinheiro deixa alguns cegos, surdos e mudos. MAS NÃO DEIXA A GENTE, POR
ISSO GRITAMOS, NÃO!
E PERGUNTAMOS, PARA QUE E PARA QUEM DERRUBAR A RESTINGA?
No dia que as árvores acabarem perguntaremos aos investidores se eles irão comer dólares no almoço!!!
Até onde algo que é rentável para os interesses dos que implementam tais medidas é sustentável ecologicamente?!
Mobilizar pra Resistir, Manifestar pra Preservar! Se não fizermos nada, quem fará?
Pela garantia de uma unidade de conservação da restinga que de fato seja respeitada!
Como futuros trabalhadores e nos enxergando como protagonistas ativos necessários nessa sociedade tomamos como obrigação nos colocarmos claramente contra o que se pretende fazer com essa Área de Preservação Permanente. Tal nome deveria ser auto-explicativo e subsidiar qualquer tipo de pretensão em cima dessa área, contudo, passa-se por cima mais uma vez do que é racional para o que é economicamente favorável para aquele que defendem esse megaempreendimento. Deve-se aqui ressaltar a importância do bioma restinga pontuando esferas em que ela é imprescindível.
Ecologicamente é um ecossistema único com espécies endêmicas, exclusivas, que irão desaparecer gradualmente com a destruição de seu habitat. Há, portanto, um reflexo direto na perda da riqueza natural do estado, algo que destaca Alagoas mundialmente. Ou seja, a destruição de um dos bens mais preciosos inclusive com grande contribuição na economia do estado, a natureza, é um tiro no pé da população alagoana. Vale-se destacar que se trata de um tipo de bioma extremamente delicado e qualquer forma de manejo que não vise à preservação mas que vise lucros megaempreendedores fada esse ambiente a um terrível fim.
No âmbito das comunidades alagoanas que moram ao redor da restinga e têm acesso ao bioma, necessita-se, sim, de uma educação ambiental intensa, contudo, esta população tem interesse na manutenção daquele ambiente. Portanto, tais pessoas não irão extrair daquele ambiente até a última gota, como fazem os grandes interessados no lucro megaempreendedor, mas sim tirar dela harmonicamente o que necessitam para viver.
Esclarecendo aqui que as APP foram criadas para proteger os biomas, o que significa que não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo também benefícios para a fauna.
Ao se tratar da legislação que deveria proteger o meio ambiente, o código florestal, as restingas tinham sua segurança garantida, antes de reformas nele postas. Isso devido a um item no artigo 2º que garantia sua preservação dizendo que as áreas de preservação permanente incluíam as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangues. Destacando que está em andamento outra mudança nesse código que diminui a percentagem obrigatória de manutenção florestal das APP e que cada estado terá de fazer sua lei de acordo com a determinação da lei nacional. Isso dará direções e medidas que poderão redefinir as áreas de reserva legal em razão de peculiaridades regionais. Ou seja, de fato depois de mais uma manobra favorecendo os ruralistas e desresponsabilizando o governo federal, tais votos de minerva ficam nas mãos dos responsáveis aqui do estado.
Diante deste quadro estamos aqui para reivindicar a manutenção do que restou da restinga original de Alagoas não aceitando mais um absurdo megaeempreiteiro que pretende passar por cima, mais uma vez, da natureza e do próprio homem enquanto parte integral dela em prol de interesses que nos parecem irracionais!
Parece que o dinheiro deixa alguns cegos, surdos e mudos. MAS NÃO DEIXA A GENTE, POR
ISSO GRITAMOS, NÃO!
E PERGUNTAMOS, PARA QUE E PARA QUEM DERRUBAR A RESTINGA?
No dia que as árvores acabarem perguntaremos aos investidores se eles irão comer dólares no almoço!!!
Até onde algo que é rentável para os interesses dos que implementam tais medidas é sustentável ecologicamente?!
Mobilizar pra Resistir, Manifestar pra Preservar! Se não fizermos nada, quem fará?
Pela garantia de uma unidade de conservação da restinga que de fato seja respeitada!
Pré-ENEB's!
domingo, 6 de junho de 2010
Para você, que está interessad@ em participar do Encontro Nacional de Estudantes de Biologia, que acontecerá na cidade de Feira de Santana - BA, preparamos alguns espaços em que possamos nos organizar (ônibus, inscrição, etc) e estudar/discutir textos sobre o tema do encontro, garantindo assim uma melhor participação no mesmo!
Compareça nos Pré-ENEB's, procure o CABio e tire suas dúvidas!!
Vamos pro ENEB conosco!
\õ/
Até lá!
Informativo: COREBio Nordeste
sábado, 5 de junho de 2010
Entre os dias 10 e 13 de junho, estará acontecendo o Conselho Regional de Entidades de Biologia do Nordeste, na cidade de Aracajú-SE. Nosso coletivo irá enviar duas representantes para garantir a participação da UFAL neste espaço e logo após o retorno, faremos um repasse do que foi discutido :}.
Segue abaixo a carta convocatória do Conselho:
ENTIDADE NACIONAL DOS ESTUDANTES DE BIOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE-UFS
COLETIVO “CABEÇA DE FRADE”
1ª CARTA CONVOCATÓRIA PARA O IX COREBio - NE
É com imensa satisfação que nós, da UFS, informamos a todas e todos estudantes de Biologia, da realização do IX Conselho Regional de Entidades de Biologia do Nordeste (COREBio-NE), que acontecerá de 10 a 13 de Junho de 2010, aqui em Aracaju/SE.
O COREBio é um espaço deliberativo que tem como função, dentre outras, planejar e encaminhar as atividades que serão exercidas pela escola sede da Articulação Regional do Nordeste. Todas as entidades de base de biologia podem participar do COREBio com direito à voz e voto, desde que apresentem sua ata de posse, ao passo que qualquer estudante de biologia pode participar do mesmo com direito à voz.
A realização deste conselho terá como foco a deliberação a cerca das discussões que não foram sanadas na assembléia final do XX EREB-NE, bem como a prestação de contas deste último encontro regional e o repasse das estruturas para cada escola responsável segundo assembléia final do encontro regional dos estudantes de biologia, dentre outras discussões referentes ao andamento de nossa entidade.
As discussões acerca do local do evento ainda estão em andamento.
Em breve estaremos enviando a segunda carta convocatória com todas as informações necessárias.
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, favor entrar em contato com o email coletivocdf.se@gmail.com ou pelos telefones abaixo:
Simone (Bené)- (79) 9825-3123
Bananinha-(79) 8834-4648
Vivi-(79) 9155-6360
Aguardamos vocês!
Até logo,
Comissão Organizadora COREBio-NE 2010.
Segue abaixo a carta convocatória do Conselho:
ENTIDADE NACIONAL DOS ESTUDANTES DE BIOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE-UFS
COLETIVO “CABEÇA DE FRADE”
1ª CARTA CONVOCATÓRIA PARA O IX COREBio - NE
É com imensa satisfação que nós, da UFS, informamos a todas e todos estudantes de Biologia, da realização do IX Conselho Regional de Entidades de Biologia do Nordeste (COREBio-NE), que acontecerá de 10 a 13 de Junho de 2010, aqui em Aracaju/SE.
O COREBio é um espaço deliberativo que tem como função, dentre outras, planejar e encaminhar as atividades que serão exercidas pela escola sede da Articulação Regional do Nordeste. Todas as entidades de base de biologia podem participar do COREBio com direito à voz e voto, desde que apresentem sua ata de posse, ao passo que qualquer estudante de biologia pode participar do mesmo com direito à voz.
A realização deste conselho terá como foco a deliberação a cerca das discussões que não foram sanadas na assembléia final do XX EREB-NE, bem como a prestação de contas deste último encontro regional e o repasse das estruturas para cada escola responsável segundo assembléia final do encontro regional dos estudantes de biologia, dentre outras discussões referentes ao andamento de nossa entidade.
As discussões acerca do local do evento ainda estão em andamento.
Em breve estaremos enviando a segunda carta convocatória com todas as informações necessárias.
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, favor entrar em contato com o email coletivocdf.se@gmail.com ou pelos telefones abaixo:
Simone (Bené)- (79) 9825-3123
Bananinha-(79) 8834-4648
Vivi-(79) 9155-6360
Aguardamos vocês!
Até logo,
Comissão Organizadora COREBio-NE 2010.
Pré-ENEB na quarta!!
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Se você está interessado em participar do Encontro Nacional de Estudantes de Biologia desse ano, participe de nosso primeiro Pré-ENEB!!
Estaremos levando todas as informações sobre o Encontro, preço do ônibus e tudo o mais!
É importante que participe, pois lá iremos ter o nosso primeiro contato e a partir dessa reunião, marcaremos outras para garantir nossa ida e nossa participação efetiva!
O Pré-ENEB se dará nessa quarta-feira, dia 09/06/2010, às 17h, na sala do CABio.
Compareça!!!
Até lá!
Reunião CABio 08/06/2010
Olá camaradas!!
Como vão!?
Gostaríamos de convidar à tod@s para a nossa primeira reunião ordinária do CABio, da gestão "Lutar quando a regra é ceder!", que acontecerá nessa terça-feira, dia 08/06/2010 às 16:30, na sala do C.A., perto da caixa d'água.
Como pautas básicas dessa reunião teremos:
- Discutir a questão da aprovação da construção do Empreendimento Imobiliário em àrea de Restinga (APP) e ações para a reunião do dia 14 que acontecerá no IMA;
- Chave e acesso à sala do Centro Acadêmico;
Gostaríamos de lembrar também que tod@ e qualquer estudante de Biologia da UFAL tem direito à voz e voto em nossas reuniões e que outras pautas podem ser acrescentadas no início da reunião!
Compareçam!!
Abraços!
Como vão!?
Gostaríamos de convidar à tod@s para a nossa primeira reunião ordinária do CABio, da gestão "Lutar quando a regra é ceder!", que acontecerá nessa terça-feira, dia 08/06/2010 às 16:30, na sala do C.A., perto da caixa d'água.
Como pautas básicas dessa reunião teremos:
- Discutir a questão da aprovação da construção do Empreendimento Imobiliário em àrea de Restinga (APP) e ações para a reunião do dia 14 que acontecerá no IMA;
- Chave e acesso à sala do Centro Acadêmico;
Gostaríamos de lembrar também que tod@ e qualquer estudante de Biologia da UFAL tem direito à voz e voto em nossas reuniões e que outras pautas podem ser acrescentadas no início da reunião!
Compareçam!!
Abraços!
MOÇÃO DE APOIO AOS e ÀS ESTUDANTES DO CECA - UFAL.
terça-feira, 1 de junho de 2010
MOÇÃO DE APOIO AOS e ÀS ESTUDANTES DO CECA - UFAL
Nós, enquanto estudantes de Biologia e militantes do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL, vimos por meio dessa carta apoiar a luta que os/as companheiros/as do Centro de Ciências Agrárias (CECA) vêm travando nesses últimos tempos.
Sentimos na pele os reflexos do distanciamento do nosso local de estudo e aprendizado do Campus da UFAL e as limitações que isso acaba nos colocando. Também sofremos com a falta de livros em nossa biblioteca e não dispomos de um Restaurante Universitário. Sabemos o quanto isso dificulta a vida dos/as estudantes que, muitas vezes, desistem de complementar sua graduação com estágios e monitorias, por não ter condições financeiras de se sustentar durante todo um dia no instituto.
Compreendemos que a luta dos/as estudantes do CECA deve ser luta de todo/a estudante da UFAL, por estarmos exigindo direitos básicos para a permanência de um/uma estudante na Universidade.
Estamos nos colocando ao lado dos/as companheiros/as e construindo em conjunto esse ato, por compreender também a urgência dessas reivindicações, sendo hoje o último dia do prazo estipulado pelo MEC para a UFAL realizar essas exigências. Cabe aqui também criticar o processo de avaliação que nos está colocado pelo Governo Federal. O SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) que engloba o ENADE, vem como mais uma forma de distorcer e desviar o sentido da Educação em nosso país, tirando cada vez mais a responsabilidade do Estado de garantir um ensino público, gratúito e de qualidade, abrindo margem para a inserção do setor privado. No lugar de tentar sanar as deficiências estruturais e/ou pedagógicas dos cursos existentes, há uma punição dos mesmos, que passam a ser "ameaçados de extinção" com um prazo x ou y para que a universidade cumpra todas as exigências, que até então não tinham sido resolvidas ou tão pouco discutidas com a comunidade acadêmica.
Desse modo, estamos aqui para reivindicar em conjunto as pautas emergenciais para a manutenção do CECA:
Nós, enquanto estudantes de Biologia e militantes do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL, vimos por meio dessa carta apoiar a luta que os/as companheiros/as do Centro de Ciências Agrárias (CECA) vêm travando nesses últimos tempos.
Sentimos na pele os reflexos do distanciamento do nosso local de estudo e aprendizado do Campus da UFAL e as limitações que isso acaba nos colocando. Também sofremos com a falta de livros em nossa biblioteca e não dispomos de um Restaurante Universitário. Sabemos o quanto isso dificulta a vida dos/as estudantes que, muitas vezes, desistem de complementar sua graduação com estágios e monitorias, por não ter condições financeiras de se sustentar durante todo um dia no instituto.
Compreendemos que a luta dos/as estudantes do CECA deve ser luta de todo/a estudante da UFAL, por estarmos exigindo direitos básicos para a permanência de um/uma estudante na Universidade.
Estamos nos colocando ao lado dos/as companheiros/as e construindo em conjunto esse ato, por compreender também a urgência dessas reivindicações, sendo hoje o último dia do prazo estipulado pelo MEC para a UFAL realizar essas exigências. Cabe aqui também criticar o processo de avaliação que nos está colocado pelo Governo Federal. O SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) que engloba o ENADE, vem como mais uma forma de distorcer e desviar o sentido da Educação em nosso país, tirando cada vez mais a responsabilidade do Estado de garantir um ensino público, gratúito e de qualidade, abrindo margem para a inserção do setor privado. No lugar de tentar sanar as deficiências estruturais e/ou pedagógicas dos cursos existentes, há uma punição dos mesmos, que passam a ser "ameaçados de extinção" com um prazo x ou y para que a universidade cumpra todas as exigências, que até então não tinham sido resolvidas ou tão pouco discutidas com a comunidade acadêmica.
Desse modo, estamos aqui para reivindicar em conjunto as pautas emergenciais para a manutenção do CECA:
PELA ABERTURA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
POR MAIS ÔNIBUS PARA O TRANSLADO MACEIÓ – CECA
POR MAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS PARA A BIBLIOTECA DO CENTRO
E POR RAMPAS DE ACESSO PARA DEFICIENTES
e para LUTAR POR UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO JUSTO que garanta uma UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
Centro Acadêmico de Biologia - UFAL
Gestão "Lutar quando a regra é ceder!"
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